21 de fevereiro de 2025

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Atraso de mais três meses nos salários intensifica déficit de profissionais e provoca fechamento de leitos no hospital da Polícia Militar de Pernambuco

Instituição afirma que já notificou a cooperativa responsável pelos profissionais de Enfermagem

Foto: Maria Eduarda Silva

Uma equipe de Fiscalização, junto com membros da Assessoria Jurídica do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) realizou, nesta quinta-feira (30), uma operação no Centro Médico Hospitalar da Polícia Militar de Pernambuco, localizado na área central do Recife. A ação foi realizada com o objetivo de apurar o quantitativo adequado de profissionais e as condições de segurança para o exercício profissional da Enfermagem. Na ocasião, foram identificados déficit de profissionais, alas em condições precárias e inoperantes, além do fechamento de 25 leitos.

O Assessor Jurídico do Coren-PE, Dr. Raphael Amaral, relatou que o Conselho recebeu denúncias sobre a insuficiência de profissionais de Enfermagem no hospital, o que estaria afetando significativamente a assistência aos pacientes. Ele destaca, ainda, que já existe um Processo Administrativo aberto pelo Coren-PE sobre a unidade e já foram enviados relatórios ao Ministério Público do Trabalho apontando a possível existência antiga desse déficit, agravada recentemente pela falta de pagamento dos salários da equipe de Enfermagem, que é administrada por uma cooperativa.

Segundo representantes da instituição, o Governo do Estado de Pernambuco é responsável pelo repasse dos valores para a instituição, que, por sua vez, os transfere à cooperativa. No entanto, os profissionais afirmam que os pagamentos não têm sido realizados há mais de três meses. Como consequência, os profissionais estão deixando de ir ao trabalho, em reivindicação pela regularização. O hospital enfrenta uma grave crise estrutural e operacional, com a interdição da maternidade de internamento e do setor de internação pediátrica. Juntos, esses dois setores representam o fechamento de 25 leitos, agravando ainda mais a situação da unidade de saúde.

Além disso, as cirurgias eletivas estão suspensas, e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não está recebendo novos pacientes, exceto em casos de intercorrências. Essa limitação tem impacto direto no atendimento à população, reduzindo a capacidade de assistência hospitalar.

De acordo com dados recentes, a taxa de ocupação do hospital era de apenas 53% no dia 29 de janeiro, reflexo do déficit de profissionais e da estrutura comprometida. A crise se estende a alguns anos, e ao longo dos cinco anos de contrato vigente, a cooperativa responsável pelo fornecimento de profissionais já recebeu seis notificações formais por atrasos salariais. Enquanto o impasse persiste, a população segue enfrentando dificuldades no acesso a serviços essenciais de saúde, aguardando medidas efetivas para a normalização do atendimento no hospital.